Maior concurso gay do país foi anunciado pela organização nesta quarta, ao lado de setores da Prefeitura.
Depois de três anos sem ser realizado, o Miss Brasil Gay, patrimônio imaterial da cidade, volta a acontecer neste ano, no dia 20 de agosto. O evento reúne as 27 candidatas a miss de todos os estados brasileiros e conta com show de Gloria Groove, pela primeira vez em Juiz de Fora. A festa acontecerá no Terrazzo. O Rainbow Fest também faz parte da programação. No mesmo fim de semana do maior concurso gay do Brasil, o evento vai acontecer no Parque Halfeld, com apresentações de artistas, principalmente locais, além de feira gastronômica e de produtores. Neste ano, no entanto, não acontecerá a Parada Gay.
Em coletiva realizada na tarde desta quarta-feira (13), com organizadores do evento e secretariado da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF), foi anunciado que o Município vai apoiar oficialmente a realização do concurso. Giane Elisa Sales de Almeida, diretora-geral da Funalfa, enfatizou que a entidade sempre esteve oferecendo apoio ao Miss Gay, mas, dessa vez, vêm junto, também, a Secretaria de Turismo e a Especial de Direitos Humanos (SEDH). Ela ainda reforçou que a parceira vem em forma de apoio na estrutura, sobretudo por parte da Funalfa. O Rainbow Fest, por exemplo, realizado no Parque Halfeld, será todo montado pela secretaria.
Marcelo do Carmo, secretário de Turismo de Juiz de Fora, que já fez parte da organização do Miss Gay, informou que o concurso está participando dos editais de fomento ao turismo que terão o resultado divulgado nesta sexta-feira (15). Além disso, informou que a pasta vai disponibilizar bolsistas para receber o público durante o fim de semana, como forma de suporte aos turistas.
Cidinha Louzada, secretária de Governo, reiterou que a principal forma de apoio é mostrar que a Prefeitura está em parceria com a realização do evento, e isso dá o aval, por exemplo, para que comerciantes e outras áreas da cidade possam, também, ajudar na realização. De acordo com ela, essa demanda de parceria veio sugerida principalmente pela prefeita Margarida Salomão, que entende que, sobretudo, o evento é um dos mais importantes para a circulação econômica da cidade.
Atrair novos turistas para o Miss Gay
De acordo com Michel Brucce, organizador do Miss Gay, o evento de 2019 injetou R$ 5 milhões na economia de Juiz de Fora. A perspectiva para esse ano é que o valor chegue a R$ 7,5 milhões. Uma das formas de garantir isso é a partir do rejuvenescimento dos turistas. Ele pontua que as edições anteriores a 2019 tinham o público majoritariamente acima de 30 anos. Desde então, o foco foi atrair o público mais jovem, apostando em atrações nacionais. Com o show de Pabllo Vittar, em 2019, o público alvo passou a ser entre 18 e 35 anos.
Neste ano, a atração principal é Gloria Groove, uma das drag queens mais ouvidas no mundo. Com a finalidade de aumentar o alcance do evento, o palco vai contar com estrutura moderna para possibilitar a transmissão ao vivo, que em 2019 já atingiu 120 mil visualizações. A ideia é chegar a meio milhão nesta edição. Outra parceria é com influenciadores digitais de todo o Brasil que, juntos, chegam a 30 milhões de pessoas alcançadas.
Evento político
Marcelo do Carmo destacou que, mais que um atrativo turístico, o Miss Gay é também um ato político, que reafirma os direitos humanos e a luta contra o preconceito através da militância e da beleza. Isso é reforçado desde sua criação, em 1976, durante a ditadura militar. “O evento será um momento de afeto, de reencontro e de luta política”, afirmou.
Este será o primeiro Miss Gay e Rainbow Fest desde a morte de Marco Trajano. Oswaldo Braga, seu ex-companheiro e organizador do Rainbow Fest, disse que ter o evento de volta aos Parque Halfeld era uma vontade de Marco, que entendia que lá era a “casa” da festa. “Foi lá, por exemplo, que a gente comemorou a lei da cidade, em 2000, que proibia a discriminação e a demonstração de afetos de homossexuais na rua”, relembra. “A gente entende esse evento como importante para a manutenção dos direitos humanos. E é importante lembrar que a cultura gay, ao contrário do que falam, faz parte, sim, da cultura brasileira. E a gente se une a outros movimentos sociais para fortalecer a luta contra o preconceito.”
O concurso
As edições estaduais do concurso já estão acontecendo. André Pavam, diretor artístico, informou que o trabalho para a finalização da edição 2022 começa com antecedência para a eleição da miss, que precisa ser do sexo masculino, sem ter tido nenhum tipo de intervenção cirúrgica estética com prótese. O voto popular continua valendo neste ano, pela internet, além do júri oficial, que avalia os competidores no dia do desfile.
Fonte: Tribuna de Minas
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